A carta 8 na maioria dos Tarots é associada à Justiça. Alguns baralhos invertem a carta 8 com a 11 (A Força), mas manteremos a classificação de acordo com o Tarot de Marselha.
A Justiça é um símbolo onipresente, representando a própria Justiça humana. Ela é ostentada em muitos Tribunais e Fóruns, tendo como símbolos básicos a balança e a venda nos olhos, indicando a imparcialidade da justiça e a espada representando a aplicação da punição devida.
No Tarot ela simboliza a Justiça a nível simbólico indo além da simples interpretação de demandas judicias. Pode ser a Justiça divina, a lei do Carma ou da Causa e Efeito. Ou ainda às próprias leis do Universo.
Há duas principais leis regidas pela Justiça, que na realidade representam um único princípio.
A primeira é que tudo que acontece hoje é fruto de ações suas que acorreram no seu passado e somadas ao que você fizer hoje, moldarão o seu futuro. É a simples lei de Causa e Efeito.
A segunda amplia este conceito dizendo que toda a ação causa um efeito, mas este efeito pode não ocorre de imediato. E às vezes não sabemos o que causou aquele efeito. É nesses momentos que a Justiça aparece num jogo de Tarot. É a lei do Carma se manifestando. Uma parte da coisas boas e ruins que nos acontecem são frutos de alguma ação passada da qual não nos lembramos. Isso às vezes torna difícil o aprendizado, principalmente quando é algo vindo de uma vida anterior. E o aprendizado não é se conformar ou se revoltar contra o “destino”. A verdadeira Justiça não só julga e pune. Ela também ensina.
Ela é um arquétipo contraditório, pois é representada por uma mulher que maneja uma espada, símbolo essencialmente masculino.
No Tarot o arquétipo é representado pela Deusa Atenas, deusa da sabedoria e como parte da sabedoria está o raciocínio lógico, livre de emoções.
Se fosse representado por um homem, Xangô como é na mitologia afrobrasileira, ou Thor, na mitologia Nórdica, ela seria implacável, com punições severas e imediatas, sem a mediação da balança (ou sem direito de defesa). Atenas seria a Justiça com amplo direito a defesa e Xangô seria um Tribunal de exceção.
Atenas reúne a espada do raciocínio lógico e a ponderação da balança, tornando a Justiça mais branda e adequada ao aprendizado da pessoa em julgamento. Porém dela não obteremos aquilo que se espera nem o que queremos, mas o que merecemos. E para quem esta sob seu julgamento, só resta aceitar o que se obteve
E por que o Louco encontra agora com a Justiça, um arquétipo tão poderoso quanto o Imperador, por exemplo?
Após ter descoberto a individualidade, tornando-se o herói do carro, o Louco está apto a enfrentar as consequências de suas escolhas.