Kenaz ou Ken é runa do fogo. Para os Vikings e outros povos do Norte, o fogo era bastante importante, sobretudo no Inverno. Em torno ao fogo, o Vikings se reuniam ao regressar de suas batalhas. O fogo iluminava a aldeia e uma tocha os caminhos. O fogo era onde se forjavam as espadas.
Um dos sinais de riqueza, era ter fogo dentro de casa, como mostra os versos desta runa:
A tocha tem uma chama viva,
clara e brilhante, que sempre arde
onde as pessoas nobres estão estabelecidas.
Tradução livre de Mirella Faur
Kenaz representa o fogo tanto no sentido real como no figurado. É a luz ilumina o caminho físico, mas também o caminho da sabedoria. Também pode ser associado ao fogo interior do entusiasmo e, segundo algumas escolas esotéricas, à chama trina. Entretanto, raramente Kenaz é associado à paixão, talvez por que os vikings não estivessem muito ligados nisso.
É possível que a palavra ken tenha dado origem ao verbo know do inglês, que significa saber.
Kenaz representa a força ígnea da coragem, da vitalidade, da força e da determinação, qualidades muito necessárias num guerreiro.
A outra face de Kenaz é o fogo da criação, a inspiração do artista e também a chama que dá origem a uma nova vida (o nascimento de uma criança).
E, na morte, será a pira funerária.
Meditação
O fogo pode ser tema de muitas meditações. A mais comum é apenas ficar olhando uma vela queimando sem pensar em mais nada além de observar a queima da vela.
Porém eu dou preferência à imaginação ativa. Há vários pontos que podem ser explorados, de acordo com os vários tipos de fogo: o tranquilo, representado pela vela; o que mostra os caminhos, a tocha; o que acolhe e aquece, o fogo da lareira; o que traz alegria, o fogo do centro da aldeia (ou de um churrasco entre amigos) e o fogo que nos consome no final, a pira funerária.
Destes eu vou destacar o fogo da tocha, o significado primeiro da palavra kenaz.
O propósito desta meditação é obter paz interior, levando luz a seu inconsciente profundo.
Siga então os seguintes passos:
Feche os olhos e relaxe, seguindo seu método de relaxamento.
Imagine-se dentro de uma caverna. Sua tarefa é sair dela.
Você tem nas mãos uma tocha que lança uma iluminação alguns metros à frente. Você não consegue de imediato ver a saída da caverna.
Você está tranquilo, mas anda com cautela avançando devagar.
Ao caminhar de repente você vê na parede da caverna uma pintura muito bem feita de um búfalo.
Mais adiante estão mais desenhos. Você se dá conta que está num local com milhares de anos de idade e pode ser uma descoberta incrível. Fica muito feliz com isso.
Decide observar os desenhos e se delicia com eles. Imagine quanto desenhos quiser.
De repente percebe que aquilo é um templo. Um silêncio interno de respeito surge em você.
Fica um instante nesta visão respeitosa.
Percebe então que a saída está próxima.
Vai em direção à saída e vê a luz do dia entrar pela caverna.
Abra os olhos.