No post anterior, ao analisar Júpiter no mapa do ano novo de 2013, notamos que ele está em conjunção com um astro representado por uma lua crescente negra, com um sinal de mais logo abaixo. Este astro é Lilith, ou Lua Negra.
Lilith não é propriamente um astro, mas fenômeno astronômico. É um ponto virtual associado ao apogeu da Lua em relação à Terra. Para colocá-la no mapa o astrólogo deve calcular a trajetória do movimento da Lua em torno da Terra, identificar a maior distância em relação à Terra (apogeu). A projeção no zodíaco tropical deste ponto visto à partir da Terra vai determinar a posição de Lilith no mapa astral.
Mito
Lilith é uma divindade babilônica feminina, associada à noite e a lugares desertos. Os relatos nos chegam através da visão hebraica do mito, que o demonizou. Os hebreus tiveram um longo período sob domínio dos babilônios e tendiam a ver os deuses de seus captores como algo extremamente negativo.
Na tradição judaica medieval, Lilith aparece como a primeira esposa de Adão, que se rebelou por não aceitar a dominação masculina imposta por Javé e foi por isso expulsa do Paraíso. Ela foi associada ao desejo sexual e aos sonhos eróticos, considerados maléficos. A Igreja Católica reforçou este mito, colocando Lilith como castradora e lider de uma legião de demônios de natureza sexual, os íncubos (masculinos) e súcubos (femininos). Ela também foi considerada esposa de Lúcifer ou de Samael.
O interessante é que Lúcifer é associado à Estrela D’alva, aparecendo nos primeiros minutos da aurora e Lilith é um ser noturno e deve se recolher aos primeiros raios de sol. Ela e seu amado só podem ser ver por breves instantes. Esta ideia foi muito bem explorada no filme “O Feitiço de Aquila”.
Lilith começou a ser revista no século XIX, pelos autores românticos, que viam nela o aspecto sedutor e a expressão do desejo sexual feminino, encarado agora de uma forma mais positiva.
O machismo na Astrologia
O Sistema Astrológico levou séculos para ser construído e está mergulhado da visão cultural deste período e, analisando o resultado, vemos que a visão predominante é masculina. Por exemplo, do onze astros predominantes, somente três tem nomes femininos: Terra, Lua e Vênus. Dos signos, só dois têm nomes femininos: Virgem e Libra (que não é uma pessoa).
A inclusão de Lilith e de alguns asteroides (Palas Atenas, Ceres, Juno e Vesta) e do planetoide Sedna tende a minimizar este problema.
No Mapa
Ela esta em conjunção com Júpiter. Este deus associado ao ato da criação da humanidade e também ao aspecto controlador de uma divindade masculina. Ambos são aspectos também de Javé.
Do mesmo modo que é estranho a associação de Apolo e Plutão, mas estranho ainda é associação de Lilith com Júpiter contra eles dois. E qual seria a relação de Plutão com Lúcifer? A história dos dois é diferente em um aspecto: Lúcifer se rebelou contra Deus e foi expulso do Paraíso e Plutão herdou Hades numa partilha do reino de Saturno (Júpiter ficou com a Terra e Netuno com os mares). Saturno neste contexto é alguém também que dificilmente tomaria partido de Júpiter ou de Lúcifer.
Lilith parece uma estranha no ninho neste contexto mitológico, porém, eu como escritor tenho plena liberdade de contextualizá-la da forma que julgar necessário.
Podemos pensar que Lilith teria como interesse subverter a ordem de Hades para que Lúcifer pudesse sair do ostracismo e ressurgir como um verdadeiro Rei.
Isso explicaria a união de Plutão, Saturno e Apolo. O inimigo real dos três é Lúcifer, alijado do poder e que quer retornar. Lilith, em minoria, busca apoio de Júpiter. O Deus dos deuses está agindo com cautela, por isso o aspecto da inconjunção. Lilith também está agindo com cautela e ambos estão seguindo o mesmo plano (daí a conjunção quase perfeita entre eles).
Onde está Netuno nesta história?
Esse é um assunto para outro post…
Este post foi escrito em 1 hora, 22 minutos e 52 segundo (texto, sem as pesquisas), usando a técnica pomodoro. ( Curso de Produtividade Ninja )