Para muitos de nós o conceito de prosperidade se confunde como conceito de riqueza e esta riqueza é medida por nossas posses, em especial, o dinheiro.
Para os povos antigos, como os Vikings, também havia a associação com posses: terras, conforto e itens caros e difíceis de obter, como cavalos, gado, espadas de boa qualidade. Mas havia um item que era extremamente valorizado: uma história para contar. Ou seja, a glória.
A runa Feoh, também chamada de Fehu, Feih ou simplesmente Fé, é a runa da prosperidade, representando tanto a riqueza tangível (posses materiais), como a intangível, como amigos e glória do sucesso nas batalhas.
O verso referente a esta runa é o seguinte:
A riqueza é um conforto para todos.
Mas deve partilhá-la aquele que espera sua sorte
No julgamento, diante dos Deuses
Tradução livre de Mirella Faur
Repare que aqui há uma condenação quase explícita à avareza e a mesquinharia. Quem tem a riqueza deve partilhá-la para ter sorte no julgamento dos Deuses.
Feoh está associada ao gado, mas também ao dragão de fogo. Em muitas lendas o dragão representa o guardião de riquezas que não usufruir. O dragão seria um acumulador e o símbolo da ganância voraz e do egoismo. Isso foi muito bem caracterizado no dragão Smaug, no livro o Hobbit, de Tolkien.
Meditação
Nossa meditação está diretamente ligada à obtenção da prosperidade, introduzindo a riqueza nas nossas vidas de maneira sadia.
Há uma lenda viking em que um guerreiro tem que enfrentar o dragão para restabelecer a prosperidade em sua aldeia. A plantação estava comprometida e a única forma do povo prosperar era trazendo riqueza vinda de fora. Ele tem que trazer uma quantidade determinada de joias que serão usadas para serem jogadas nos sulcos do arado como sementes, para que os campos voltem a florescer. Note aqui uma metáfora bastante interessante: o valor das pedras preciosas só tem sentido se for transformada numa riqueza mais adequada. Se aldeia está passando fome, de que adiantariam pedras preciosas? Pode-se pensar no poder de compra das joias, e na realidade a metáfora é esta mesmo: através da troca, elas se transformam nas sementes, que os aldeões provavelmente comprarão de aldeia vizinha. Uma vez plantadas, gerarão a prosperidade necessária pra a felicidade da aldeia.
Assim:
- Feche os olhos e relaxe de acordo com seu método favorito;
- Imagine que é um guerreiro (ou guerreira), equipada para uma batalha e carregando uma sacola para as joias;
- Você está caminhando numa estrada em direção a uma caverna;
- Você sabe que lá dentro tem um dragão, mas tambe´m um tesopuro enorme;
- Como você é guerreiro(a), seu sangue ferve de excitação pela batalha;
- Este é seu primeiro desafio: conter-se para fazer apenas o necessário. Você sabe que embora possa vencer o dragão, isso pode levar tempo demais;
- Você entra na caverna pé ante pé. O dragão dorme e você ouve sua respiração profunda e ritmada;
- Anda cautelosamente, passando perigosamente diante de suas narinas;
- Ao atingir o outro lado da caverna, começa a recolher as joias, uma mais bonita que a outra;
- Aqui está sua segunda tentação: não ceder à tentação de pegar mais do que precisa, por uma questão prática: você tem que sair da caverna e voltar para a aldeia. Peso extra só vai lhe atrapalhar;
- Passe novamente em frente á cabeça do dragão e saia da caverna;
- Vá até a aldeia;
- Há sulcos na terra feito pelo arado. Deposite as joias como se fossem sementes;
- Cubra as joias com terra;
- Afaste-se observe o nascer de pantas exuberantes;
- Abra os olhos.
Você provavelmente deve estar sentindo uma sensação boa, de leveza.
Metaforicamente, você foi em busca da riqueza, descobriu que não é necessário batalhar contra um dragão para consegui-la, pegou apenas o suficiente sem ganância e partilhou esta riqueza transformando-a em outra.
A questão de só levar o que pode carregar está relacionada com a forma que o inconsciente entende a riqueza. Não adiante mentalizar milhões se não consigo sequer imaginar como isso vai entrar na minha vida. O que podemos fazer é mentalizar uma quantia que o nosso cérebro diga “isso sim é viável”. Por exemplo dobrar meu rendimento em seis meses.
A razão de se transformar um riqueza em outra é a riqueza só é útil se ela se transformar de alguma forma. Ela tem que ser investida ou utilizada para melhorar nossa qualidade de vida. Assim a riqueza se torna prosperidade.
Variantes
Nesta meditação você não teve que lutar contra o dragão. Mas vamos supor que você se encontra numa situação financeira difícil e não se sinta capaz de resolvê-la. Enfrente o dragão ao entrar na caverna. Você pode enfrentá-lo de suas maneiras: na força da espada, ou com astúcia, como fez Bilbo no Hobbit. Siga o exercício após derrotar o dragão.
Pode ser que seu impedimento em relação à prosperidade é o medo de ser explorado após conquistá-la ou de perder o que arduamente já conquistou e por isso não quer arriscar. Então enfrente o dragão na saída da caverna. Imagine que ele acorde justamente quando está passando pela frente de sua cabeça. Vença o dragão e retome o exercício.
Muito obrigada! Eu estava precisando desse exercicio.
Que bom que isto foi útil para você!
amei