Sigel, também conhecida por Sowilo, é a runa do Sol. Representa metaforicamente a força vital, a energia, a confiança e a esperança, mas também a arrogância, a ambição e o orgulho desmedido.
Como navegantes, o Sol durante o dia tinha a dupla função de iluminar dar a direção e é neste sentido que é louvado nos versos rúnicos:
O Sol, para o homem do mar
Sempre traz esperança
Quando ele navega atrás dos cardumes
Até que o Corcel das Ondas o conduza de volta à terra
Tradução livre de Mirella Faur
O Corcel das Ondas representa o barco e nestes versos percebemos a força do significado esperança para a runa Sigel.
Isso corresponde a várias metáforas que usamos para o sol nascente como símbolo de esperança, como quando dizemos após um período difícil, “o sol já brilha no horizonte”.
Sigel também representa o nosso eu, tando no sentido de ego, como de self, dependendo do contexto da pergunta. Pode-se pensar na metáfora do barco guiado pelo sol como uma indicação do processo de individuação. O barco representa nosso ser físico, o timoneiro do barco como o ego e o sol como nosso propósito de alma. E o seu self será quem está sendo transportado pelo barco.
Meditação
Durante o processo de individuação temos que seguir nossa vida; trabalhar pagar as conta, nos divertir, nos relacionar, etc.. Quem cuida disso tudo é o ego. Entretanto, devido a algum entendimento errado, para algumas pessoas, o ego passou a ser visto como um inimigo a ser eliminado.
Ele não é o inimigo mas pode ser algo que atrapalha. Na metáfora do barco, o timoneiro pode estar numa rota errada e insistir em permanecer nela, por estar ouvindo o canto de uma sereia ou ter o desejo secreto de achar um tesouro. Na nossa vida real pode ser, por exemplo, estarmos trabalhando num emprego do qual não gostamos para comprar bens de consumos que na realidade não precisamos, por status ou para impressionar alguém de quem estamos apaixonado. Não importa o motivo. Se sentimos infelizes no que estamos fazendo é sinal de que o barco está fora do rumo. Você até pode fantasiar que gosta do que faz para evitar um conflito interno, mas seu self (seu Eu maior, seu Eu sou) sabe que não. Uma maneira de saber disso é responder com sinceridade: se você ganhasse na loteria agora uma quantidade enorme de dinheiro, você continuaria fazendo o que faz para ganhar a vida?
Cuidado também para não confundir um hobby com seu propósito de alma! Embora possa até acontecer (aquilo que faz por hobby pode ser seu propósito de alma), a maioria das vezes, um hobby existe para suprir alguma carência. Não que isto esteja errado, mas pode ser simplesmente outro canto de sereia para o ego e cobrir com um manto de prazer o seu verdadeiro propósito de alma.
Mas será que estamos presos num paradoxo? O que me torna infeliz como trabalho é uma ilusão e o que me torna feliz outra ilusão?
É aqui que entra nossa meditação sobre a runa Sigel:
Feche os olhos. Relaxe seguindo seu método de relaxamento preferido.
Imagine que está num veleiro. Há uma tripulação e alguns passageiros. Entre os membros da tripulação está um timoneiro.
No início sente o prazer da jornada. O tempo agradável, o vento suave, o leve balanço do mar.
Você observa agora o nascer do sol num ponto do horizonte.
Você aprecia o espetáculo, porém, percebe pela posição do sol que estão no rumo errado.
Você se dá conta que na realidade não é um simples passageiro, mas o comandante do barco.
Você então chega perto do timoneiro e mostra a posição do sol e diz: é para lá que eu quero ir.
O timoneiro olha pra você e diz que o melhor caminho é o que ele está fazendo, pois você verá muito mais ilhas paradisíacas e pode até descer em uma delas e achar um tesouro.
Você olha firmemente para o timoneiro e diz: isso é uma ordem, é para lá que quero ir.
Abra os olhos
Faça este exercício sempre que sentir que não está no seu verdadeiro caminho. Após fazê-lo anote os insights que tiver. Podem não aparecer imediatamente, mas durante o dia podem surgir pistas. Anote todas elas e tente ver alguma conexão.