Outra carta bastante temida é A Torre, considera por muitos como a pior do Tarot. Seu simbolismo normalmente é associado à Torre de Babel, onde os homens tentaram alcançar os Céus por meio de uma construção e foram impedidos por uma intervenção divina. Ainda que não necessariamente acreditemos numa intervenção divina punitiva, ainda existe sensação descrita pela Torre, que é a quebra de uma crença profunda.
As religiões nascidas do judaísmo enfatizam muito a questão da queda: a queda de Lúcifer, a queda de Adão, a queda da Torre de Babel, a queda das muralhas de Jericó, etc..
A sensação é de culpa, de arrependimento e de inevitabilidade. A Torre cai. É um fato que não pode ser revertido a curto prazo e afeta a vida da pessoa com profundidade. Mesmo quem usa as inversões na leitura o significado é igualmente negativo em qualquer dos sentidos.
Nos Tarots de Marselha e Waite, a Torre enfatiza a punição divina e de que ninguém esta livre disso, quer seja rico ou pobre (um rei e um plebeu caem do alto). Isso foi imitado por outro Tarots.
Como O Diabo custei para encontrar uma carta que remetesse a outra imagem possível da Torre. Eu achei a do Tarot Mangá, onde a Torre está sendo destruída, mas a carta é focada em quem destrói a Torre, um ser humano e não uma entidade divina. Isso dá um grau de ambiguidade à Torre, que não aparece nos outros Tarots. Quem está destruindo a Torre? Um inimigo? Um aliado? O próprio cliente? Pode ser uma derrota ou uma vitória. De qualquer forma, a Torre foi destruída. E creio que podemos levar esta visão para os outros Tarots.
Ter esta visão ambígua permite ver o lado bom da Torre: a sua destruição pode ser necessária, na medida em que o que está sendo destruído é algo que precisa ser abandonado. Por exemplo, um relacionamento abusivo, ou um negócio que vai nos prejudicar no futuro.
Assim, o Louco após enfrentar O Diabo, cheio de orgulho por isso, descobre suas limitações ao encontrar a Torre em ruínas.