O Tarot Simbólico se propõe, entre outras coisas, a auxiliar no nosso autoconhecimento, no nosso processo evolutivo ou na Individuação (processo de evolução descrito por Jung).
Uma tiragem de três cartas com o objetivo de verificar em que pé estamos na jornada seria uma proposta interessante. Podemos atribuir o que costumeiramente se faz nos tarot tradicionais ou outros métodos de cartomancia: presente passado e futuro, ou material, emocional e espiritual, ou ainda não atribuir nenhuma posição. Optarei pelo menos comum, que é não atribuir valores para as posições das cartas e tentar ver a tiragem como um todo.
Esta tiragem é uma tiragem feita para uma pessoa jovem, que recentemente entrou na jornada de busca do autoconhecimento.
As cartas escolhidas foram:
A primeira carta é o Dragão, que vai trazer a energia do elemento fogo em sua maior expressão.
O Dragão como símbolo tem duas faces (como a maioria dos símbolos), uma oriental, que vê o dragão como símbolo de sabedoria, outra ocidental, uma energia destrutiva e sem controle.
No Tarot Simbólico trazemos uma terceira visão, a dos dragões como forças elementares que auxiliam o consulente (conceito proposto por Ana Vidal).
A carta central é o Self, do naipe Éter. Ele é bastante similar à carta O Mundo do Tarot
tradicional. Marca o fim de um ciclo, o ápice de um processo onde a pessoa encontra seu Self e estaria num estado de graça (ou de iluminação, se usarmos a visão esotérica). Mas como em O Mundo, a carta Self fecha um ciclo e marca o início de outros, pois o processo de individuação ou iluminação é eternamente renovado.
A última carta é a Lâmpada Mágica, que representa o desejo que o interagente quer de imediato e de natureza mágica, como os desejos concedidos pelo gênio de Aladim.
Uma primeira (e precipitada) visão parece que as coisas vão bem. A pessoa quer (Lâmpada Mágica) atingir a sua individuação (Self) e tem ajuda do Dragão.
Porem observe o Self, no cento da jogada. Ele está sufocado pela imensa energia do Dragão de um lado e do outro pelo desejo.
Vamos dizer que a pessoa quer muito (Lâmpada Mágica) a “iluminação” (Self) mas está colocando muita energia em seu propósito.
Todos que passam por um processo de individuação sabem que não basta o desejo ou o esforço. Ela simplesmente acontece e se quisermos forçar o processo, ela não vem.
Não significa que o estudo ou o esforço não devam ser empreendidos. Como numa luta marcial, onde a cada dia os movimentos são refinados e o espadachim melhora sua capacidade de luta, até que um dia ele percebe que às vezes a melhor maneira de vencer a luta é não lutar.