As casas
Embora bastante imprecisa, podemos a partir da hora de nascimento do Brasil como nação (22 de Setembro de 1822, em São Paulo, às 16:30h) e considerando o mapa das progressões para São Paulo também, podemos traçar algumas previsões.
Na tabela 1, mostramos as casasae os significados normalmente atribuídos a elas dentro da Astrologia Mundana (que trabalha com Nações e com a Terra de um modo politico, social e histórico).
Tabela 1 – As Casas na Astrologia Mundana | |
Casa 1 | O Povo |
Casa 2 | A Economia |
Casa 3 | Comunicações, mídia, educação, países vizinhos |
Casa 4 | Propriedades, imóveis, habitação, agricultura, mineração |
Casa 5 | Mercado de ações, entretenimento, jogos de azar |
Casa 6 | Trabalhadores, politica trabalhista, serviço público, forças armadas, saúde |
Casa 7 | Diplomacia, guerra, inimigos declarados |
Casa 8 | Dívida, seguro, impostos, politica social |
Casa 9 | Justiça, politicas de ciência e tecnologia, ensino superior, religião e instituições religiosas |
Casa 10 | Pessoas do poder, em especial o presidente |
Casa 11 | Poder legislativo, grupos de pressão, sindicatos |
Casa 12 | Inimigos ocultos, instituições públicas |
Repare que muitas casas são demasiado abrangentes (por exemplo, casa 9)exigindo do astrólogo uma análise bastante acurada para saber onde a influência planetária realmente vai atuar.
O Povo, um Leão adormecido?
Vamos da uma olhada no nosso mapa, dos trânsitos e progressões, agora, com as casas marcadas. A casa 1 representa o Ascentente no momento do início do ano e representa o povo. No momento do inicio do ano o ascendente do Brasil está em Leão.
Será que podemos esperar alguma atitude “leonina” do povo? Leão é o signo da iniciativa, mas também do Ego. Podemos assim pensar que a multidão seja formada por indivíduos com um interesse comum, mas voltados para o próprio umbigo. O projeto coletivo só servirá se atender seus interesses individuais e quando eles forem atingidos, que se danem os outros. Por exemplo, um apoiador do movimento dos sem teto fará isso até que consiga seu local de moradia. Uma vez feito isso, se esquecerá dos companheiros de luta e poderá até cerrar fileiras com o lado oposto se sua conquista for minimamente ameaçada. Junte isso a udo que já foi dito sobre as manifestações polares no artigo anterior.
Isso é reforçado pela presença de Litith na Casa 1. Lilith não é um planeta, mas uma posição especial da órbita da Lua e está associada à primeira esposa de Adão e que preferiu o inferno a ser submissa ao homem. Presença de Lilith numa casa ou signo traz a insatisfação ao que ele representa ainda que tudo esteja bem. Um povo egocêntrico e insatisfeito? Vemos um exemplo disso com a insatisfação da classe média em relação ao bolsa-família, como se o crescimento da classe baixa os ameaçasse de alguma maneira. Ou o funk ostentação onde os pobres em sua manifestação cultural imitam o que a classe média alta tem de pior: o consumo inconsequente em nome do status.
A Casa 2, que representa a economia, contém apenas o Nodo Norte. Os nodos norte e sul também são pontos especiais da orbita da lua e vem da astrologia cármica, praticada no Oriente. Não vejo no momento necessidade de analisá-lo.
Esta casa então deverá ser vista como ausente de planetas. Isso é bom ou ruim? Para um astrólogo, isso dificulta a análise econômica, pois terá que analisara economia a partir de outros ângulos. Como vimos no artigo anterior, há bons auspícios vindos de planeta Vênus.
Também ausente de planetas estão as Casas 4, 6,9 e 11. Podemos considerar que a influência planetária será neutra.
A Mídia, A Educação e a Bolsa de Valores
Casa 3, que rege as comunicações, mídias e educação. Quem está lá é Saturno.
Saturno está em Sagitário, como vimos no artigo anterior, o que atenua seu aspecto soturno e como já vimos, as comunicações será um fator com muita influência no ano que vai abrir, sendo esta uma das demandas populares (Lua em Vênus e Mercúrio em exílio). Que demandas poderão surgir, a ponto de mobilizar discussões nesta linha? Há três pontos que julgo importantes: acesso, liberdade de expressão e oligopólio das comunicações, que podem estar correlacionados. A educação também já foi alvo de mobilização popular e já apareceu em outros traços nesta análise.
A Casa 5 rege, na Astrologia Mundana, o mercado de ações, o entretenimento e os jogos de azar. Uma primeira impressão isso parece estranho: por que o mercado de ações está agrupado aí? Observando a natureza do mercado de ações, entretanto, temos a certeza que tem tudo ver. O Mercado de Ações é voltado para especulação e não deixa de ser um jogo, com suas regras, a presença do acaso e das trapaças.
Quem está presente nesta casa é Plutão, o planeta que rege as grandes transformações. A casa onde está Plutão é onde ocorrerão as mudanças, quer seja numa mapa pessoal que seja num mapa de um organização ou nação. Podemos então esperar que o Mercado de Ações estará sofrendo alterações profundas, talvez com mudanças de regras ou um período de instabilidade que prenunciará uma grande transformação.
Um dos efeitos de Plutão na casa 5 é o favorecimento de esportes individuais em relação aos de equipe, sobretudo os radicais. O paralelo dos esportes radicais como mercado de ações é inevitável. Quem estiver especulando no mercado de ações viverá um ano de muita adrenalina. Investidores individuais ganharão ou perderão muito dinheiro, como em uma mesa de pôquer e fundos e investimentos menos arriscado terão ganhos pífios.
Conflitos diplomáticos, golpe militar ou guerra?
A casa 7 é a que estará mais carregada de planetas. Lá estão: Marte e Sol em conjunção, Quiron, Netuno e Mercúrio. Nesta casa estão tanto a guerra quanto a diplomacia (que é “a guerra com bons modos”). O interessante é que aí está Marte, que representa as forças à presidente. Mas na casa 7 coloca isso como um perigo de um conflito real ou pelo menos diplomático.
Mercúrio também esta nesta casa. Mercúrio vai trazer os conflitos para área diplomática. A lábia vencerá a espada. Porém é bom lembrar que Mercúrio está em exílio, o que o enfraquece.
Outra contribuição vem de Netuno. Netuno é péssimo para relações diplomáticas, já que nos trará um idealismo romântico e possivelmente irrealista. Enquanto nação, podemos entrar em algum conflito quixotesco do qual sairemos derrotados, ainda que apenas diplomaticamente.
Por fim, está Quiron. Ele traz a nível individual a “síndrome do bom samaritano”. Pensando a nível nacional, podemos pensar que o Brasil, numa catástrofe mundial tenderá a ser o primeiro a socorrer, tendo ou não condições para isso.
Resumidamente, podemos pensar que em 2015 o Brasil se envolverá numa disputa internacional relativa a uma ingerência externa à nossa politica interna, do qual sairemos com o prestígio abalado ou até derrotados, que nos levará quase a um conflito sério, mas será resolvido diplomaticamente. O nosso prestígio será recuperado quando houver uma catástrofe num país estrangeiro e agiremos com prontidão.
De que lado está o Povo e para onde vai o dinheiro publico?
A Casa 8, que representa entre outras coisas a politica social e o uso do dinheiro público, tem dos planetas, Urano e Vênus. Como já vimos Vênus representa o dinheiro e com vimos no artigo anterior, ele virá de alguma forma. Então o dinheiro público será direcionado principalmente para as demandas sociais.
Por outro lado, Urano pode trazer tanto atitudes progressistas como desastres financeiros. Isso vai depender dos aspectos que formará com outros astros.
A casa 10 representa o poder, em especial o presidente. Nela está nada menos que a Lua, que representa o povo. Duas possíveis interpretações podem ser feitas: apoio popular ao presidente, ou exatamente contrário, o povo assumindo o poder. Para que isso ocorra, terá que haver uma revolução popular, o que, na minha opinião, parece improvável, tanto pela leitura do mapa, quanto pela conjuntura atual. O que pode ocorrer dada a presença em vários aspectos da possibilidade de muitas manifestações populares, mas voltadas para demandas específicas. O apoio à presidente contudo poderá vir de duas fontes: atitude populista, atendendo parcialmente ou totalmente algumas demandas ou crescimento do apoio popular face ao problema do Brasil com o exterior.
Por fim a casa 12, que representa os inimigos ocultos e as instituições públicas.
Quem está na Casa 12 é Júpiter retrógrado. Como já vimos ele representa a Justiça, a educação e… as relações internacionais! E retrógrado ele está enfraquecido. O que pode explicar o conflito presente na casa 7.
No próximo artigo veremos os aspectos da sinastria entre o mapa natal e o mapa progredido do Brasil.