Ragnarök seria o equivalente ao Fim do Mundo, um mito compartilhado por diversas crenças, inclusive o cristianismo (que vive procurando datas para alarmar os fieis), uma batalha entre todos os deuses, gigantes e outros seres mitológicos. No final da batalha há uma renovação do panteão, já que vários deuses morrem no processo e serão substituídos. E nós pobres mortais, temos o azar de estar em dos campos de batalha desta guerra, mas seremos beneficiados com a reconstrução do Universo.
Segundo a autora, os mitos dos povos nórdicos “são permeados pela profunda compreensão e resignada aceitação dos desígnios do destino, da transitoriedade da vida e da inexorabilidade da morte, às cujas leis eram submetidos todos os seres vivos e os próprios deuses.”
A mitologia nórdica é fruto das condições extremas em que viviam estes povos, com invernos rigorosos e verões muito curtos. Dá pra entender por que os inimigos dos Deuses eram os Gigantes de Gelo. Os Deuses não são perfeitos, Thor é fanfarrão e imprudente, Odin é vingativo e mulherengo, Loki é bastante ambíguo, já que ora é fundamental na resolução de um conflito a favor dos deuses, ora é justamente a causa do problema.
A autora discorre sobre o assunto descrevendo desde os povos nórdicos e suas origens, passando pela cosmogonia, pelo panteão, explicando o princípio masculino e o princípio feminino e indo até o calendário das suas celebrações.
O texto é agradável de se ler até nas partes “enciclopédicas”, onde são descritos um a um os deuses e outros seres.
Uma obra fundamental para quem quer se aprofundar nesta mitologia, ou simplesmente buscar inspiração para escrever.
Onde encontrar:
Livraria Cultura: Ragnarök – O Crepúsculo dos Deuses. Mirella Faur. Editora Cultrix.