O arcano X do Tarot é a Roda da Fortuna. A palavra “fortuna” hoje em dia remete a uma grande quantidade de dinheiro, dando uma falsa impressão ao leitor contemporâneo inexperiente, como se fosse sinônimo de sucesso.
Nesta carta “fortuna” significa “destino”. Algo que teoricamente não podemos escapar. Ela é representada por uma roda onde correm eternamente dois seres, um subindo e outro descendo em movimentos incessantes, mas que estão sempre no mesmo lugar. Isso serve para nos lembrar que tudo é cíclico, inclusive nossa vida.
Existe quatro situações na Roda da Fortuna: Ascensão (“eu reinarei”); Auge (“eu reino”); Decadência (“já reinei”) e Queda (“não reino mais”).
Quando lutamos pelo poder ou estamos envolvido na roda, esquecemos esta Lei. Quando estamos no auge, esquecemos que podemos cair e quando estamos muito oprimidos, esquecemos que podemos ascender.
Embora esta lei seja imutável, há um jeito de contorná-la. Há uma posição na Roda onde este vai e vem não é sentido: o Eixo.
Pessoas que encontram seu eixo são imunes aos revezes da fortuna, pois conseguem ver que tudo é temporário. Não são conformistas, mas equilibrados. Agem no momento certo e sabem esperar por ele.
Um retrato bem fiel do que seria a Roda da Fortuna, está na Suíte Carmina Burana.
Carmina Burana – Oh Fortuna Oh! Fortuna,Velut lunaStatu variabilis,Semper crescisAut decrescis;Vita detestabilisNunc obduratEt tunc curatLudo mentis aciem,Egestatem,PotestatemDissolvit ut glaciem.Sors immanisEt inanis,Rota tu volubilisStatus malus,Vana salusSemper dissolubilis,ObumbrataEt velataMichi quoque niteris,Nunc per ludumDorsum nudumFero tui sceleris.Sors salutis sorte,Et virtutisMichi nunc contraria,Est affectusEt defectusSemper in angaria;Hac in horaSine moraCorde pulsum tangite,Quod per sortemSternit fortemMecum omnes plangite. Oh! Fortuna Oh! Fortuna,Variável como oEstado da lua,Sempre crescendoOu decrescendo;Vida detestávelAgora oprimeDepois aliviaBrinca com o desejos das mentes,Pobreza,PoderDissolves como gelo.Destino monstruosoE vazio,Tu, roda volúvel,és malevolente,Bondade em vãoQue sempre leva a nada,ObscuraE veladaTambém me amaldiçoaste;Agora – por diversão –Trago o dorso nuà tua vilania.O destino da saúdeE virtudeMe é contrário,DásE tirasSempre escravizando;Então agoraSem demoraTange essa corda vibrante;Já que o destinoExtermina o forte,Chorais todos comigo.
O Louco após ter enfrentado as consequências de seus atos, aprende que tudo é cíclico.