Quem conhece Física Quântica talvez não aprove o termo “quântico” sendo usado fora de seu contexto original. De repente, tudo se torna “quântico”, sem que se saiba exatamente o que isto realmente significa.
Convém antes de prosseguir colocar alguns pingos nos ii. A Física (ou Mecânica Quântica) estuda fenômenos a nível atômico ou subatômico. O que acabou fascinando as pessoas fora do meio científico, são fenômenos aparentemente paradoxais, como, por exemplo, o fato de que um fóton (partícula associada à luz) se comportará como onda ou partícula dependendo de como o observador o encara. A partir disso chega-se à conclusão de que não se pode separar o objeto estudado de seu observador.
Um outro aspecto da Mecânica Quântica diz respeito à teoria das probabilidades. Por exemplo, no modelo clássico de átomo, os elétrons giram em torno do núcleo atômico como um sistema planetário. No modelo quântico as orbitas dos elétrons não são tão determinísticas, mas é um local onde apenas existe a probabilidade de se encontrar um elétron.
Por fim, temos o conceito de Salto Quântico. Por, exemplo, um elétron situado em uma órbita ao receber uma quantidade determinada de energia passará imediatamente para a camada seguinte, sem que seja registra sua passagem entre níveis, ou seja ele literalmente se transporta instantaneamente de um nível para outro, como se teletransportasse.
A Mecânica Quântica não é só isso, mas, por ora estes exemplos bastam.
O que acabou acontecendo é que algumas pessoas, de curiosos a filósofos (e até físicos) a especular o que aconteceria se os princípios da Mecânica Quântica valessem no mundo macroscópico. Não podemos esquecer que tais conjeturas são apenas especulação e, mesmo que sejam lógicas e plausíveis, ainda não se dispõe de meios para prová-los a nível científico.
Liliane não se propõe a discutir, muito menos polemizar, com defensores da Mecânica Quântica. Ela apenas percebeu que pensar em termos quânticos poderia ser encontrada uma nova abordagem da Leitura do Tarot ao qual ela deu o nome de Tarô Quântico.
As leituras tradicionais do Tarot pressupõe que o Tarot permite apenas traçar um quadro do instante e suas relações com o passado e futuro do consulente, não permitindo uma alteração além da escolha da pessoa entre fazer ou não fazer determinada ação.
Aqui entra a primeira constatação. A realidade que o cliente observa está sendo moldada por ele enquanto observador. Há um outro observador, que é o tarólogo e neste instante ambos observam o mesmo fenômeno a partir de pontos de vista diferentes.
O que ambos observam é uma “nuvem de probabilidades”, embora limitada pelo equivalente a um orbital do elétron, contém infinitas possibilidades.
Aqui, Liliane coloca seu posicionamento: se existe uma nuvem de possibilidades, o presente do consulente e seu futuro estão moldados pela sua percepção de como as coisas vão acontecer.
Esta percepção é turvada pelos seus condicionamentos, inclusive a crença de que existe um destino e cabe ao Tarólogo quebrar esta barreira e fazer o cliente dar um salto quântico e moldar sua realidade a partir de um outro ponto de vista.
Esta possibilidade de mudar a realidade é o que esta abordagem traz de novo ao Tarô.
Ao longo dos capítulos, os princípios descritos e explicados em detalhes, sem se prender a considerações sobre física quântica além das necessárias à compreensão do método.
O livro se concentra na descrição dos arcanos maiores, colocando as duas visões, a tradicional e a quântica.
Uma das coisas que Liliane insiste é que é necessário sensibilidade espiritual para captar as nuances das probabilidades, afinal, mais do que ler, estamos dando ao cliente a possibilidade mudar sua vida. Isso deve ser feito em direção à sua evolução pessoal.
Um bom livro, para quem está disposto a mudar de abordagem e enriquecer seus métodos de leitura.
Recomendo.
Palestra da autora sobre o tema em 15/01/2013